sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Garoto interrompido


Olhos estranhos perseguem-me

Eles sabem de algo

Que eu desconheço

Ou me esqueci...


O que não me contaram?

Preciso me lembrar


Sem força, gritei!

Ninguém reagiu

E continuaram a me fitar

De uma forma assustadora


Eu devia saber de algo?

Preciso me lembrar


A sala úmida, empoeirada

Com quadros de pessoas desconhecidas

Fazem-me pensar que os desconheço

Que lugar estranho! Que merda...


Onde estou?

Preciso me lembrar


Agora to fodido!

Não sei onde estou

Não sei quem é esse pessoal

Vou ficar aqui fazendo o que?


Foda-se tudo isso

Vou-me embora!


Não me deixaram sair!

Que merda, um absurdo!

Nada me dizem

Apenas negam minha passagem


Sou esperado...

Mas que merda!


Ao redor olhares! Mais, Maltidos! Olhares...

Começo a fazer graça

Agora quero ver!

Cócegas em alguns e nada!


Pessoas sérias demais

Que lugar é esse?


Vejo uma garota linda

Beijo a com desejo

Sem rejeição?

Que loucura!


Vou brincar mais um pouco

Está divertido... Interessante!


As pessoas Olham a escada, o que vem lá?

Todos no mesmo instante

Alguém vem lá!

Quem será o anfitrião...


Será um parente?

Ou um vagabundo!


A sombra do manto... Tira o capuz!

E a visão gela meu corpo

Perplexo, vejo-me

No rosto do desconhecido.


...Que palhaçada é essa...

...Irmão gêmeo?...


Desce e recebe cumprimentos

Por outros... Que sou eu!

Todos ao redor

Eu era todo mundo... E não era ninguém


Quem sou eu?

Que são vocês!


Eles me olham e estão sorrindo

Num berro acordo

Diante do espelho

De costas para mim mesmo


Fiquei sem palavras

E depois, risadas insanas

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