quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para viver... Não basta estar vivo


Eu volto a meu antigo lar
Onde sempre era verão
E brincava com meus amigos
Ao pé da macieira, regada a saudades
De minha querida avó
Tudo era tão inocente
Enquanto o sol estava no horizonte

O sol vermelho, prateado ao luar
Sem viver... sem meu lar

Tiraram-me de minha casa
Nunca revi os amigos
Evito as podres maçãs da cidade!
Do vermelho da fruta, do reflexo nas montanhas
Tento de procurar ao longe
Mas não acho, não me acho

Dos novos amigos, faltam um brilho no olhar
Sem viver... Sem meu lar

Minha vista é alcança uma enorme distância
Meus sonhos ficam presos aqui
Na torre do relógio
Onde limpo os ponteiros
Os mesmos que mastigam minha vida
E me avisam que não tenho mais meus minutos

Sem se atrasar, Sem faltar
Sem viver... Sem meu lar

Giro engrenagens que giram...
Minha própria vida!
Deslizo em um sopro de esperança
navego em um mar cinza com um furo na proa
Velas furadas, minha mente a deriva
Um oceano de pessoas, com hemorragia de sofrimento
Agonia e rotina

Uma mão pede socorro no mar
Sem viver... Sem meu lar

Mas hoje não estou aqui
Transformo-me em essência
Torno-me mil cores cintilantes
Sou conduzido por um vento cavalheiro
Que me remete a um tempo pueril
Se obrigações, sem deveres
Ou punições!
Para viver bastava estar vivo

O relógio parou de apitar
Posso voltar! Voltarei ao meu lar

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