quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tinha sangue na mesa de jantar


Quando toda a família havia se reunido

Parentes distantes

Que só aparecem em festas


Tinha sangue na mesa de jantar

Misturando ao vinho

Que fora derrubado

Por uma mão gélida

A mesma que o Tio Valter

Jurou proteger ate a morte


Tinha sangue na mesa de jantar

Negro! Ao passar do tempo

O liquido puro

O vermelho da existência

Formara uma crosta dura

E espessa

Cobrindo todo o ambiente

Um odor nauseante


Tinha sangue na mesa de jantar

Alguém de fora abriu a porta

Deu quatro tiros no aniversariante

Pobrezinho era tão jovem

E foi o primeiro a morrer

O ultimo foi o pai

Que tentou proteger seus filhos

Toda sua família

Mas o massacre foi inevitável

Nove pessoas mortas


Tinha sangue na mesa de jantar

O bolo com carrinhos em cima

Que nunca irão percorrer a estrada

A estrada cheia de sangue

A inocência perdida... Roubada, apagada!

Todo o amor que poderia conter

Numa casa e seus familiares

Reduzido às sombras do passado

Aquela foto que você não quer guardar

O momento que você prefere esquecer

O momento de sua morte

Era para ser um dia alegre


Mas acabou com sangue na mesa de jantar

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